I Colóquio Poesia e Tradução
Entre 25 e 26 de julho de 2015, realizou-se em Fortaleza o I Colóquio Poesia e Tradução, organizado pelo programa de Pós-graduação em Estudos da Tradução da Universidade Federal do Ceará (POET | UFC) em parceria com o Centro de Estudos da Tradução “Casa Guilherme de Almeida” (CGA). O Colóquio teve o apoio financeiro da Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) na forma do Auxílio para Realização de Eventos no País (PAEP) e da Fundação Cearense de Apoio à Pesquisa (FUNCAP), na forma do Programa de Auxílio à Realização de Eventos Científicos (REC). Gostaríamos de agradecer, desde o início, essas agências por tornarem aquele evento e esta publicação possíveis.
Programação
25 de Julho
Conferência de abertura
Gabriela Reinaldo (UFC): “Viver é encargo de pouco proveito e muito desempenho – sobre tradução e linguagem em Vilém Flusser e João Guimarães Rosa”
Coordenação: Ana Maria César Pompeu (UFC)
Resumo: Em “Retradução como método de trabalho”, Vilém Flusser justifica a sua própria existência a partir de suas experiências com a língua: “Nasci em Praga, portanto bilíngue”. Traduzir-se é sinônimo de escrever para ele, que se auto-traduz, testando-se, em pelo menos quatro idiomas até chegar ao texto que será publicado. Se retradução e escrita se confundem, o objetivo de Flusser é a poesia. Poesia como alargamento das possibilidades do olhar. Interessado pelas potências da linguagem, no período que viveu no Brasil, Vilém Flusser entrou em contato com João Guimarães Rosa, cuja escrita revolucionaria o pensamento ao introduzir “elementos estranhos” na estrutura do discurso. Mas o tom do encontro não é apenas de enlevo. Se Flusser referia-se a Rosa como vaidoso e dizia que mesmo as piores traduções de sua obra o entusiasmavam, Guimarães Rosa confessava a Curt Mayer-Clason, seu tradutor para o alemão, que Flusser lhe atribuía intenções sem cabimento e que estava “possuído por suas próprias teses em matéria de língua e linguagem”. Esta comunicação se volta para o legado desse diálogo, tenso e conflituoso, entre Vilém Flusser e João Guimarães Rosa.
10:30 – Mesa-redonda
Coordenação: Yuri Brunello (UFC)
Simone Homem de Mello (CGA): “A relação entre poesia e tradução na obra poética de Augusto de Campos, Décio Pignatari e Haroldo de Campos.
Resumo: A poética da tradução proveniente das reflexões programáticas do Grupo Noigandres sobre linguagem e poesia teve rumos similares e singulares na obra teórica e tradutória de seus três fundadores, Augusto de Campos, Décio Pignatari e Haroldo de Campos. Esta comunicação pretende rastrear o movimento inverso: o da repercussão de procedimentos tradutórios na poesia dos três autores. Nesse contexto, a análise de conceitos como “intradução” (Augusto de Campos), “transluminura” (Haroldo de Campos) e “poesia semiótica” (Décio Pignatari) esclarece não apenas a forma de cada um incorporar a tradução à própria composição poética, mas também seu modo específico de trabalhar com a tradição ou com a convenção.
Orlando Grossegesse (Universidade do Minho): “Traduzir a Vanitas Mundi – tradição e afirmação da linguagem poética”.
Resumo: Sob este título, abordaremos a tradução de poesia de mundividência maneirista e barroca das línguas românicas para a língua alemã e no sentido inverso. Exemplificaremos as questões nos eixos de sintagma (morfossintaxe) e paradigma (léxico), com as respetivas figuras de estilo, sem descurar a própria sonoridade, indo além de ritmo e rima, em sonetos de Camões e Gryphius. A abordagem procurará a contextualização histórica dos séculos XVI e XVII: ao nível linguístico, a poesia escrita nas línguas românicas está numa posição privilegiada, não só por continuar a tradição da literatura latina mas também pelas próprias caraterísticas métricas e rimáticas que se fazem valer numa forma tão artificial como o soneto. No caso da poesia escrita em alemão, trata-se de afirmar a “aptidão” da língua recém-estandardizada para a poesia. Com este pensamento político subjacente à criatividade poética, há um verdadeiro desafio na procura de emular, variar e, se possível, superar os modelos, adaptando-os às caraterísticas diferentes de uma língua germânica, numa atividade comparável à transcriação atual. Daí resultar um aspeto didático, em termos de prática e reflexão, do Traduzir a Vanitas Mundi.
José Guilherme dos Santos Fernandes (UFPA): “Epopeia e transculturação em Nativo de câncer”.
Resumo: Através do poema épico Nativo de câncer (1960-1967), busca-se caracterizar traços de tradição clássica da epopeia juntamente com elementos mais vinculados à cultura amazônica, em perspectiva transculturadora, nessa antológica obra do poeta paraense Ruy Guilherme Paranatinga Barata (1920-1990). No objeto, serão referenciados estilo e temática mediante o conceito de transculturação narrativa (RAMA, 2001), considerando-se língua, estrutura literária e cosmovisão, como elementos participantes do processo de tradução cultural.
15:00 – Conferência
Marcelo Tápia (CGA): “Questões de equivalência em tradução de poesia antiga”
Coordenação: Luana Ferreira de Freitas (UFC)
Resumo: A tradução de poesia envolve questões sempre reiteradas sobre a linguagem poética e sua especificidade, sobre a orientação tradutória e as escolhas possíveis diante das características do texto original, tais como a sua configuração rítmico-métrica. Valendo-se de uma breve reflexão inicial sobre discussões genericamente associadas à recriação poética, a comunicação abordará diferentes modos de adaptação de padrões métricos clássicos para línguas modernas, particularmente para o português, buscando examinar noções diversas de equivalência que regem os referidos modos e os resultados por eles determinados.
16:00 – Mesa-redonda
Coordenador: Orlando Luiz Araujo (UFC)
Guilherme Gontijo Flores (UFPR): “Traduzir mosaicos e canções de Horácio”.
Resumo. As Odes de Horácio são famosas por sua construção sintática complexa, ao modo de um mosaico lexical capaz de operar efeitos complexos por relações posicionais de dois ou mais termos; ao mesmo tempo, foram escritas de modo a recriar a tradição da poesia cantada na Grécia arcaica. O desafio do projeto, que pretendo apresentar com exemplos práticos em latim e português, e que ocupou toda minha tese de doutorado, finalizada em 2014, é a possibilidade de recriar esses dois procedimentos numa tradução poética que resulte em poesia cantável segundo uma importação de ritmos e modos estrangeiros, bem como numa construção escrita capaz de tirar proveito de construções sintáticas complexas.
Susana Souto (UFAL): “Metamorfoses da leitura”;
Resumo: A poesia é onívora, devora temas, imagens, referências, em sua escrita, que mobiliza uma vasta memória, como nos mostra a tradição poética de língua portuguesa, desde Camões até a contemporaneidade. Nesse cardápio extenso, um item continuamente se afirma como atual: a mitologia grega. Este texto irá se deter em poemas nos quais a releitura do mito articula-se à reflexão sobre o lugar do poeta e da poesia em nosso mundo. Neles, são operadas metamorfoses em histórias e personagens consagradas, como ocorre em “Legado”, de Carlos Drummond de Andrade, poema do livro Claro enigma (1951), que retoma um Orfeu “a vagar, taciturno, entre o talvez e o se”, e no “Soneto glauquiano [188]”, de Pauliceia ilhada (1999), livro do poeta paulistano Glauco Mattoso, que reelabora de modo paródico o (des)encontro amoroso de Glauco e Cila. Esses dois poemas se aproximam pela forma fixa que os configura, o soneto, a mais continuamente escrita na poesia de língua portuguesa, e também pelo modo como ambos dialogam com a narrativa mitológica e suas possibilidades de leitura. Como polos de discussão teórica, retoma-se a reflexão sobre o mito proposta por Vernant (1973) e ainda autores que abordaram a relação entre memória, escrita e leitura (BAKHTIN, 1992; BRITTO, 2001; RICOEUR, 2007; COMPAGNON, 1998; GAGNEBIN, 2006).
18:00 – Performance Poético-musical
Martine Kunz (UFC): “Performance-cordel-rap” & José Guilherme dos Santos Fernandes (UFPA): “Música e poesia em Mário Barata”.
Coordenação: Orlando Luiz de Araújo (UFC)
Resumo: Reconhecidamente inaugurador de uma composição musical moderna na Amazônia, a partir dos anos 70, Ruy Barata (1920-1990) apresenta, em suas composições musicais, o cotidiano, a história, os conflitos e tensões do amazônida, em mistura de ritmos de forte influência na região, como o bolero, o merengue, o carimbó e a canção. Nesta apresentação, faremos um bosquejo cronológico pelas composições do poeta, desde sua gênese simbolista até ao que Mário Faustino (1930-1962) intitulou de poesia amazônica, pela musicalidade e imagética impressa no vocabulário.
26 de Junho
09:00 – Conferência
Jim Marks (Iowa State University): “The Translator as Savior or Destroyer in the Odyssey”
Coordenação: Robert de Brose (UFC)
Resumo: Any translation is of course also an interpretation: the translator must choose among a range of possible synonyms and syntactical arrangements in order to render a text into a new idiom. Further interpretation is necessary when the source text itself is multiform or suspect, for a single reading in the original language needs to be selected for translation into the new idiom. It is generally the task of the philologist to establish the text, which then serves as the substrate for the translation. Ambiguities are of course lost when the text comes before the translation in this manner, though, as anyone who has perused the ample apparatus criticus of a Greek New Testament will be aware, nearly all textual variants are trivial—the absence or presence of an article, placement of a conjunction and so on. On occasion, however, a single choice among readings can have far-reaching consequences for the exegesis of a text. This paper will discuss one such case, a notorious crux in the Greek text of Homer’s Odyssey (13.158), for which three variants have ancient authority. According to two of these, the Phaiekes, a pleasant and peaceful people who have helped the hero Odysseus, are obliterated by the god Poseidon; according to the third, the god Zeus intervenes to prevent their destruction. I will first discuss the possible origins and implications of each of these readings in order to demonstrate that this textual ambiguity corresponds to tensions among powerful ancient Greek city-states. I will then survey choices made by translators through the ages and explore the possible significance of these choices in their particular historical and cultural contexts.
10h30 – Mesa-redonda
Coordenação: Marcelo Tápia (CGA)
Paulo Henriques Britto (PUC-Rio): “A tradução do verso livre”.
Resumo: O termo “verso livre” abarca uma enorme variedade de formas poéticas. O que elas têm em comum, quando praticadas por poetas competentes, é o fato de utilizarem recursos do verso tradicional — sem a adoção de esquemas formais tradicionais, como um contrato métrico e um padrão rímico regular — ao lado de recursos próprios da forma específica escolhida, como o contraponto entre verso sonoro e verso visual. Para traduzir de modo satisfatório um poema em verso livre, o tradutor precisa, antes de mais nada, identificar os dois tipos de recursos utilizados na língua-fonte e tentar encontrar paralelos para cada um deles na língua-meta.
Izabela Leal (UFPA, Belém): “É amargo o coração do poema”: procedimentos antropofágicos na poética herbertiana;
Resumo: Na poética herbertiana a noção de antropofagia funciona como metáfora capaz de fornecer à atividade de criação uma imagem de assimilação corporal. É notável um processo de devoração, de si próprio e do outro, que o autor chamou de “lirismo antropofágico”. Por outro lado, uma certa “pulsão oral”, não necessariamente antropofágica, atravessa a obra de Herberto Helder do início ao fim, como se observa no título de seu primeiro livro, A colher na boca, publicado em 1961. Proponho pensar a escrita como um trabalho de revisitação, de incorporação do outro e de digestão das vozes com as quais o poeta está em contato por meio de um gesto autoral que não pode prescindir da leitura da própria obra e da obra alheia, incluindo nesse caso a atividade de tradução. Trata-se de uma operação que põe em xeque as dicotomias, revelando uma relação paradoxal de continuidade e descontinuidade do tempo, de construção e destruição de textos alheios em busca do texto próprio.
14:00 – Comunicações
Adágios do vento e outros poemas: a poesia de Francisco Carvalho traduzida para a língua inglesa
Francisco Carlos Carvalho da Silva
O presente trabalho tem por objetivo discorrer acerca da poesia do poeta Francisco Carvalho (1927 – 2013), tomando como objeto da nossa análise, o livro Adágios do vento e outros poemas, traduzido para a língua inglesa como Adagios of Wind and other poems, no ano de 2003. A obra foi publicada pelas edições Livro Técnico, com seleção e tradução para o inglês de Yacílton Almeida. Trata-se de uma seleção de doze poemas que têm o vento como leitmotiv, não deixando, no entanto, de abordar poemas que tratam de temáticas como o amor, a morte, o tempo e o cotidiano; por exemplo. A importância de um estudo acerca da tradução da poesia de Francisco Carvalho para a língua inglesa se justifica, uma vez tratar-se de um dos nomes mais relevantes na poesia de língua portuguesa. Francisco de Oliveira Carvalho nasceu em uma pequena propriedade rural, localizada no município de Russas, no estado do Ceará. Por volta de 1950, publica seus primeiros sonetos nos principais jornais de Fortaleza. No ano de 1955 publica seu primeiro livro intitulado Cristal da Memória. Daí em diante, a poesia de Francisco Carvalho abandonará os aspectos característicos dos poetas iniciantes, e buscará novos matizes, alcançando um nível crescente de maturidade poética, o que marcará a qualidade estética de toda sua obra. A produção poética de Francisco Carvalho resulta em pelo menos quarenta livros, além daqueles que não foram publicados, ficando apenas as matrizes e edições pessoais de alguns deles. No ano de 2012, parte da obra do autor de Mortos não jogam xadrez (2008), foi traduzida para o búlgaro, por Rumen Stoyanov. Assim sendo, discutir a tradução da poesia de Francisco Carvalho para a língua inglesa é uma forma de registrarmos a atemporalidade de sua obra e observarmos a universalidade de uma poesia que se mostra, independentemente da língua, atual. Destarte, nosso trabalho dialoga com as ideias de Mourão (1996), Sousa (2000), Bosi (2000), Ricoeur (2012), Britto (2012) e Cavendish & Valois (2014).
A atividade construtora do poema Nascemorre de Haroldo de Campos por um viés da tradução intersemiótica
Daniel Jorge Alves de Alcântara
Intitulado nascemorre, esse poema produzido em 1958 por Haroldo de Campos e grafado em tipografia utiliza-se o espaço de página como meio substantivo de configuração. Ele processa-se no jogo de ambiguidades surgidas pela ação de contrários, aonde sua atividade construtora se desenrola toda na utilização pura e simples de dois elementos lexicais: os verbos antitéticos nasce/morre. Num jogo de equilibração simétrica a mais perfeita, o poema se abre com nasce e se fecha com morre, tendo no seu interior quatro blocos visualmente perceptíveis de variações espelhadas na combinação e justaposição desses dois verbos. Nessa medida, as operações sobre o simples nasce/morre se processam em uma possível tradução intersemiótica em um conjunto de afirmações/negações. A poesia se faz primeiro com ideias e depois com palavras, uma vez que palavra não é o único processo significante fora dos limites meramente verbais. O impulso estético é dado por um condicionante não verbal. Sua interpretação, apenas, é que se dá em limites puramente verbais, assim sendo mais uma vez necessário se utilizar da tradução intersemiótica, que terá por base teórica os estudos de Júlio Plaza. Assim, para uma leitura detalhada dessas operações, terão de ser vistas as partículas de linguagem uma por uma a fim de que se possa considerar suas significações e sentidos que põem o poema em movimento e entender uma possível leitura deste belo poema por um viés de um campo da Tradução, o intersemiótico.
A Poesia brasileira traduzida por Elizabeth Bishop
Geórgia Gardênia Brito Cavalcante Carvalho
No presente trabalho, visamos analisar a poesia modernista brasileira traduzida pela escritora americana Elizabeth Bishop (1911 – 1979) e editada por Emanuel Brasil em 1972, no livro An Anthology of Twentieth-Century Brazilian Poetry, tomando como base o trinômio tradução, literatura e identidade cultural. Para tanto, recorremos às teorias que lidam com Identidade, Representação Cultural e os Estudos da Tradução para perfilar um paralelo entre os textos de partida e os textos de chegada. A poeta americana é um marco na historiografia da tradução de textos literários brasileiros, agindo como divulgadora da poesia brasileira do século XX através de suas traduções. Como embasamento teórico para o desenvolvimento desta pesquisa, recorremos a autores como BRITTO (2012), HALL (2006), RICOUER (2011) e BERMAN (2007), entre outros.
15:00 – Conferência
Coordenação: Walter Carlos Costa (UFSC/UFC)
Denise Merkle (Université de Moncton): “Patriotes et poètes, Léon Pamphile Le May et William Chapman, traducteurs de H. W. Longfellow : la légitimation et l’épanouissement d’une littérature nationale canadienne-française”
Resumo: Au XIXe siècle, les États-Unis et la colonie britannique au nord, qui deviendra le Canada en 1867, sont des jeunes pays. Toutefois, les États-Unis se considèrent, à cette époque, comme une nation. Cette dernière se crée une seule littérature nationale laquelle s’efforce à se distinguer de la littérature britannique. La situation identitaire de la colonie britannique, dont la langue anglaise est dominante sur le plan symbolique, est plus délicate, du fait que sa population canadienne-française jouit d’une certaine autonomie linguistique et culturelle. De fait, depuis la Conquête de 1759-1763 on parle d’une colonie bilingue et biculturelle. Il n’étonne pas que le républicanisme des voisins du Sud, et leurs aspirations nationales, fasse rêver bon nombre de poètes canadiens-français. Longfellow a signé des histoires épiques racontées en vers, dont l’Évangéline (1847), que Pamphile Le May publie dans son premier recueil, Essais poétiques (1865). C’est la seule traduction publiée dans le volume; il n’empêche qu’il le retraduit deux fois. Mais Longfellow a également écrit de plus courts poèmes. Si Joseph Lenoir a produit « La fenêtre ouverte » [« The Open Window »] en 1858, Chapman écrit d’abord un sonnet en hommage à Longfellow (1874) et ensuite traduit en français six de ses poèmes (1876) qui sont publiés dans Québecquoises (1876), le premier recueil du poète canadien-français. Le poète américain et ses traducteurs canadiens-français ont puisé leur inspiration dans les grands espaces sauvages, la spiritualité chrétienne et les héros locaux afin de participer à la légitimation et à l’épanouissement à une littérature nationale respective. Autant Longfellow que Chapman et Le May se réclament de la riche tradition littéraire européenne tout en imprégnant leurs œuvres de couleurs locales pour souligner leur spécificité nationale respective. Le romantisme permet aux poètes d’explorer le thème primordial qu’est la nature édénique du Nouveau Monde et a un lien très fort avec l’idée de nationalisme, selon lequel la littérature est perçue comme la preuve de l’existence d’une ethnie distincte et accomplie. Cette conférence présentera surtout des extraits des traductions produites par Le May et Chapman des poèmes de Longfellow, toutefois sans oublier Lenoir, afin de déterminer si ces poètes canadiens-français ont considéré la création poétique de Longfellow comme un exemple de littérature produite par une grande culture prestigieuse qui allait valoriser la création poétique d’une petite culture opprimée.
17:00 – Encerramento: performance poético-musical
Comissão Organizadora
Luana Ferreira de Freitas
Nathan Matos Magallhães
Orlando Luiz de Araújo
Robert de Brose
Walter Carlos Costa
Monitores
Camila Araújo da Silva
Fernando Cavalcante Lima Filho
Hellaíny Fernandes Ribeiro
Italo Americo Girão
Alex Costa
José Roberto Fraga Barros
Comitê Científico
Artur de Almeida Ataíde (PGET/UFSC)
Marcelo Jacques de Moraes (UFRJ)
Mauricio Santana Dias (USP)
APOIO
CAPES – PAEP
FUNCAP – REC
LITERATURA.BR – www.literaturabr.com
Grupo de Pesquisa CNPq Estudos Literários da Tradução
Grupo de Pesquisa CNPq Tradução e Recepção dos Clássicos